segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Pétalas ao vento



Em quantas madrugadas permeadas de inquietude
Fiz-me repleto de silêncio e dor
Atazanado pela ausência angustiante
Dos dias em que vivemos o nosso amor?

Por quantos sinais vermelhos já passei?
Não por faltar-me responsabilidade
Antes que fora pelo fato de lembrar-me
Das torpes palavras ditas pela boca
Insana daquela que muito amei.

Quantas vezes fiz-me aos berros ser ouvido
Já que se calou para mim a voz
Que gritou para o mundo todo
Coisas que hoje se agonizam
Sem força suficiente para serem sequer
Mero gemido?

Nem mesmo as musas que o meu peito inventa,
Nem mesmo a sensatez que me falta
Ou o frio que me atormenta,

Nem o olhar quando se encontra perdido no tempo
Nada me faz aceitar
Mas tudo me faz entender
Que o passado quando se faz presente
É como pétalas ao vento...




Marcos Alderico
14/06/2004
17:04h

2 comentários:

  1. esta poesia é uma das mais completas que já li. Consigo me transportar para sua dor, a emoção é visivel. Caro poeta, onde estava quando a escreveu? Muito linda! Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. As musas da tua vida são as roseiras que não colheste, mas já não são esquecidas devido a imortalidade que as emprestate.
    Belissimas palavras juntadas e coladas por teu fluir em poesia!

    ResponderExcluir