quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Feito lagartixas


As ruas de Manaus, tantas vezes cruzadas...
Crivadas de mim mesmo, menino, moleque,
Puro sonho de se viver
Numa distância íntima da saudade

Tardes quentes e tempestades tropicais
Deliram dentro de mim
Encontram-me comigo mesmo
Como um encontro das mágoas

Grito uma pororoca de impropérios
Capazes de devastar um castelo de areia
Até amansar-me como banzeiro
E quebrar-me numa Praia da Lua

Escancaro-me,
Rasgo-me em versos
Sou versado na solidão de amar
Versátil na arte de me dar
Como as noites de luar
Ao reflexo do Rio Negro

Quantas vezes fui encantado
Pelo encontro das águas com as estrelas
Nas noites em que a natureza
Se confundia com beijos sob a luz da lua?
Nem contei...
Mas as luminárias quebradas
Sentem falta daquele menino apaixonado.
Elas pareciam nos espiar
E nos proteger sob seu manto negro e seguro
Por trás das árvores, encostados aos muros
Transando feito lagartixas
Num Amazonas distante qualquer...




Marcos Alderico
4/11/2010
14:52h

2 comentários:

  1. O que mais amo em ti,
    não são as tuas mãos, fortes e atrevidas,
    que se discorrem em carícias,
    percorrem os meus caminhos e
    levam-me a nocaute já no primeiro round.

    O que mais amo em ti,
    não é a tua boca, sensual e morna,
    que devora-me em beijos,
    enlouquece os meus desejos
    e me leva ao teu céu.

    O que mais amo em ti,
    não são os teus olhos, despertos, matreiros,
    que sabem conversar com os meus
    e contam histórias de um encontro
    há tanto tempo sonhado,
    por tanto tempo buscado...
    a história do amor que entre nós nasceu.

    O que mais amo em ti,
    não é o teu corpo, que exala o teu cheiro
    e entrega-se inteiro em lasciva ternura,
    vulcânica brandura e acorda-me
    as fibras, desperta a libido
    e faz-me fêmea no cio.

    O que mais amo em ti,
    também não é o teu jeito
    tão único e especial de ser,
    que me mima e acarinha,
    fazendo-me sentir dengosa e pequenina,
    quando em teus braços,
    todinha à tua medida, eu me aninho.

    O que mais amo em ti
    por certo não é a tua voz,
    acorde de música já ouvida,
    que desfia palavras de ternura infinda,
    e me faz sentir poesia.

    Não... o que, na verdade,
    eu mais amo em ti,
    e´a tua presença, total e plena,
    que inunda de cores, sons e sabores,
    preenche os cantos, invade os recantos,
    espaços vazios... que antes de ti,
    havia em mim.


    Amo você poeta meu...
    Amo para sempre...

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  2. Parabéns poeta de todos os tempos, que invade a todos nós seguidores do teu trabalho com tuas palavras de saudades, de lembranças. Que de certa forma nos enche de esperanças que tua obra nunca irá ter fim. Se depender desse peito magestoso, ainda iremos nos deliciar com tuas imortais lembrancas...

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