quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mania de sofrer

 


Mais uma vez sinto-me machucado
Lanhado,
Cansado.
Mais uma vez derrotado.
Só quero de volta as minhas estrelas apagadas,
O meu verão chuvoso.
Jutar meus pedaços debaixo do teu tapete.
Retirar meu exército do teu país.
Contar os feridos,
Cremar os mortos,
Jogá-los ao mar e junto a eles me lançar.
Sentir o vento levando minhas cinzas ao longe.
Sentir o frio das ondas.
Meu mundo agora é um imenso deserto de solidão.
Até outro dia
Um outro toque  faça surgir outro engano
E novamente acenda a minha constelação
E traga sol a minha praia
E, quem sabe, eu possa ser feliz em outra guerra...

Marcos Alderico
1994

Publicado no  2º. livro do poeta “Pétalas ao Vento”
Página 44 ( Seus amores)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Falta



Chove.
Sinto falta das suas mãos enxugando-me as faces.
Tempestuosamente ouço sua voz.
Será que você me chama?

Meus pensamentos torrentes deturpam imagens.

                   ...frio.

Aqueço-me com ardentes recordações dos seus beijos.

Beijos?
Quando?
Quantos?

Tanto tempo...

Gotículas de lembranças levadas por doces brisas.
Vem o sol
Arco-íris em preto e branco
Novamente sinto falta de você...


Marcos Alderico
22/03/1997


Publicado no  2º. livro do poeta “Pétalas ao Vento”
Página 45 ( Seus amores)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pétalas ao vento


Em quantas madrugadas permeadas de inquietude
Fiz-me repleto de silêncio e dor
Atazanado pela ausência angustiante
Dos dias em que vivemos o nosso amor?

Por quantos sinais vermelhos já passei?
Não por faltar-me responsabilidade
Antes que fora pelo fato de lembrar-me
Das torpes palavras ditas pela boca
Insana daquela que muito amei.

Quantas vezes fiz-me aos berros ser ouvido
Já que se calou para mim a voz
Que gritou para o mundo todo
Coisas que hoje se agonizam
Sem força suficiente para serem sequer
Mero gemido?

Nem mesmo as musas que o meu peito inventa,
Nem mesmo a sensatez que me falta
Ou o frio que me atormenta,

Nem o olhar quando se encontra perdido no tempo
Nada me faz aceitar
Mas tudo me faz entender
Que o passado quando se faz presente
É como pétalas ao vento...


Marcos Alderico

14/06/2004
17:04h