quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O nascer da poeta



Quando nasce um amor,
Uma poesia se inicia a escrever.
Se o amor faz-se corresponder
Dá-se a ele cadência.
Se o tempo o faz perder-se,
A dor o faz reencontrar-se.

Esta antiga história de amor que não teve fim
Que tomou rumos diversos,
Que vagou por trilhas e atalhos bravios
Da dúvida e das seduções,
Que percorreu por campos minados
Que nos explodiram em mil pedaços
E dilaceraram nossos corpos
E a nos adoeceram.
Esse amor ferido ainda pulsa
As cicatrizes ainda doem
Mas, se o amor é remédio para as mazelas da história,
A Poesia é bálsamo que nos faz eternos à memória.


Marcos Alderico
10/08/2010  06:49

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Aquela




Só aquela por quem fico mudo
É que me faz falar
Só aquela por quem eu não mudo
É que me faz mudar
Só aquela que me faz sorrir
Tem o poder de me fazer chorar
Só aquela sobre o qual nada sei
Sabe ler as entrelinhas do meu ser
E me usa
E me rascunha
Porque o poeta é simplesmente
O instrumento que entalha
Aquela que o faz existir
Simples e feliz.


Marcos Alderico
13/07/2004  17:31h

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Poesia de barro



 Desejo uma poesia por minuto
uma rima por segundo
- um passo profundo
- de um poço fecundo.
Uma formiga tecendo árvores,
Criando mestres
À sombra de um pé de arte.
Não quero rimar valsa com salsa.
Antes, dor com blues,
Amor com pus

Marcos Alderico

01/10/1996
22:58h

 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pernicioso amor


É pernicioso o amor em demasia.
A dor é deveras intensa.
A falta é severa, imensa!
Difícil é amar desmedidamente,
Sem saber no que o outro sente.


Marcos Alderico
23.04.2010  23:28

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Alvorecer poético


Uma alvorada cinza e sem graça raiou no dia em que me foi negado vê-la sorrindo.
Não ouvi sua voz de menina, anjo querubim, a brincar com doces frases de amor;
Não vi o astro rei porque minha celeste rainha não se me apresentou aos sentidos materiais,
Embora minha aura tenha já ensimesmada as raias causadas por sua existência na minha vida.
Consequência? Eu a amo feito um vulcão silente, aguardando encontrá-la para, enfim, explodirmos em paixão...
(seríamos nós pura erupção?). Aguardo-te em amor e fulguras...
...Amo-te feito o louco que, tentando alcançar as estrelas, subiu no mais alto monte e morreu congelado mirando o infinito.
Não alcançou as estrelas que tanto amava, mas guardou-as perenemente em suas retinas...

Resposta:
O cinza do alvorecer é disfarce
ao semblante desta que só faz amar-te
no silencio inconsciente do poente
dolorido adeus nesse impasse
Que sou tua e o Sol não deixa
que te quero e a Lua enfurece
que te procuro e a Terra se queixa
que te amo e o Universo emputesse

Não sou nada nem ninguém
sem ti nada aquém
de virgem tola navegando a esmo
nesse rio de lágrima, sempre o mesmo
 
25.05.2010 - 13:13hs