sexta-feira, 25 de outubro de 2013


Tempo. Quantas saudades me traz a memória dos dias d'antes.
Quanto temor se me atormentam, diante dos teus mistérios.
Fere minha alma com esperanças presas em afiadas lãs de receio.
Ensina-me paciência e tira-me, lentamente, o fôlego,
Asfixiando dentro do vácuo do meu ser qualquer grito por clemência.
Já não és mais um vasto campo florido, como fostes de manhã.
Tuas flores murcharam ante a tua fúria voraz,
Que rasga os sulcos que se formam 
No semblante que resta do que antes fora belo.
Nem bom, nem mau. Apenas constante, irremediável e infalível.
Aprendi o que tu és. Reconheço-te.
Só não sei quem eu fui, diante do quadro aterrorizante 
Que se constrói ao final de cada segundo.
Não aprendi quem sou eu, no olho desse furacão.
Ah!...Tempo!! Lembra-te do início?
De como corríamos? Radiantes, felizes?
Será que me traías?
Será que me enganavas?
Não, Tempo. Perdoa-me.
Apenas me ensinavas o que eu não aprendi:
Que com o tempo não se brinca,
A menos que seja de damas,
Como velhos amigos, nos bancos das praças...

Marcos Alderico

06/06/2013