domingo, 20 de março de 2016


















Estou aqui e alhures,
No ontem que não veio,
No amanhã inesquecível,
Seja bonito ou feio.
Sou o folhetim de dor,
O cheiro sutil das flores,
O seu putrefar e fedor.
Sou a observação dos fatos,
A queda dos poderes,
A pedra nos sapatos,
A incerteza e o medo,
A aniquilação dos seres
Por sua própria moral.
Sou o fundo do poço
De quem me acha normal.
Sou o moderno e o clássico.
Sou a veia sangrando
Aveia e mel.
Sou o mundo mudando.
Mundano, sou o sagrado e o céu.
Sou a corrupção acéfala
E a punição lisonjeira.
Vejo o desvendar das trapaças
E o fim da sujeira.
Não tenho corpo nem forma
Nem nobre, nem escória
Sou cria do Tempo
...
Eu sou a História.

Marcos Alderico
20/03/2016

19:27h