quinta-feira, 24 de julho de 2014


O brilho do seu olhar
deve encontrar-se em algum lugar
neste universo de luz e som
- letreiros de néon -
acanhando constelações inteiras.
Até a lua, que sempre foi faceira,
não conseguindo disfarçar o seu ciúme,
escondeu-se num negrume,
num negrume estelar.
E este lar que é o meu peito,
que um dia quis, de todo jeito,
que nele você viesse morar,
hoje abriga só uma imagem,
quase sem luz e nem cor,
mas não pense que eu guardo rancor,
pois, de tudo, o que valeu a pena
foram as noites de amor,
e eu digo que é uma pena
que isso tudo se acabou...
Você foi-se embora
e o que restou em minha memória
foi só o seu sorriso lindo,
se apresentando entre os gemidos
dos momentos de prazer.
E, enquanto você dormia,
eu olhava seu semblante
e guardei todo esse instante
para poder não a esquecer.
Hoje, olhando para o céu escuro,
meu amor, eu a procuro,
tentando me convencer
que de outro amor
-e isso eu juro-
se não for muito seguro,
eu não mais quero saber...

Marcos Alderico
24/04/2005  -  02:55