quarta-feira, 30 de dezembro de 2015


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

sexta-feira, 3 de julho de 2015



Tempo. Tempo que não se controla.
Solitário é o Tempo, porque não se afeiçoa a nada.
Está sempre só.
Amaldiçoado pelo Momento, que o transforma em mero Instante,
é acolhido pelos amáveis braços da Poesia,
esta, sim, que o torna em lembranças, traçando-lhe semblante de saudade.
O Tempo é o cavalo que puxa a carruagem do Destino. 
Não aprecia os lugares por onde passa.
Redu-los a esfumaçadas imagens perdidas, a que chamam memórias...
E, se ontem fomos crianças, estamos, então, fadados a ser lembranças,
mas - quem sabe - com belas histórias.
O Tempo, meu jovem, é um tesouro que não deve ser perdido porque não pode ser guardado.
Viva o Tempo!
O tempo que der...


Marcos Alderico
29/06/2015
8:09h (Em Tempo)

segunda-feira, 15 de junho de 2015


Amar você é arte
Não é para o entender de qualquer um.
É tão especial que está em toda parte
E, ainda assim, não cabe em lugar algum.
É o maior dos paradoxos, um mistério indecifrável!
Sinto pena dos filósofos, dado ao modo metaestável
Que torna este amor inexplicável no meu Lex Legum,
É reserva especial de uvas colhidas por Baco,
Vinho proibido a qualquer enófilo fraco,
Um Chateau Margaux, velado no silêncio de Crônus,
Embalado no colo de Hera, mas que Afrodite me prometeu.
É assim que defino o nosso amor, e acredite: ele não envelheceu.

Marcos Alderico
12/06/2015 – 21:50h

quinta-feira, 23 de abril de 2015

quinta-feira, 9 de abril de 2015


E quando, enfim, não mais me puderes ver,
Olha o jardim, vê que as flores sorriem alegres porque também te amam,
E quando não mais souberes de mim,
Sente o sopro das brisas a te beijar.
E quando meu semblante se furtar da tua memória, 
Será abril e as paineiras estarão floridas
E quando quiseres me amar,
Entrega-te às constelações. 
Repara como cintilam e pulsam,
no ritmo enlouquecido dos nossos corações, todas as estrelas do céu...
E, então, dorme.
Pega a minha mão e corre comigo pelos grandes campos dos nossos sonhos, 
Porque a eternidade... a eternidade é um breve instante em que o amor fagulha.

Marcos Alderico
Campo Grande 07/03/2015 - 12:15

     

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015



Uns dias bons, outros nem tanto. O sorriso de hoje pode se transformar em pranto...e pronto. A vez do avesso se instala, o gosto amargo da solidão abala e o ser se torna um não ser. Amigos se afastam, as festas se calam, as feras em fúria encurralam o homem sem nome, sem rumo nem vestes. O que restou da humanidade?  Para onde foi a caridade? E a amizade? Mudou-se de cidade, envaideceu-se?  Não. Perdeu a identidade.

Marcos Alderico
05/02/2015 - 21:48

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015


O que me resta a viver é o que me resta a sonhar
Por isso sonho, imagino, divago, não posso parar.
Há os que dizem que “viajo” demais
Que meus devaneios são tolos,
Que meus anseios não são reais.
O que me resta a viver é o que me resta a sonhar.
Quero a brisa do mato, a imensidão do mar,
Quem sabe, alcance o topo do monte,
Ou, quem sabe, morra ao tentar.
O que me resta a viver é o que me resta a sonhar.
Quem me dera poder alçar voo no meu jato particular.
Mas, desse planetinha azul, só posso sair em minha nave estelar
E compor poesias me tira do chão e me leva em sonhos a alunissar
Porque enquanto me resta a Poesia me resta viver e me resta sonhar.
E sonhando vou vivendo, vou compondo, vou cantando, vou voando para poder te encantar.

Marcos Alderico

21/11/2014 -  15:46h

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015


Eu não vou criar uma nova ordem mundial
da desordem do meu quarto,
de onde pela fresta da janela apenas deixo entrar
as sombras chinesas tentando reinventar a História
com minhas próprias mãos.
Pelas peles nuas, pelos pólos das luas,
estradas, avenidas, becos, ruas,
tudo é tão estranho, tudo é tão indigesto,
composições de versos perversos,
diversos versos do mal
declamados ao vivo, direto pela rede mundial
dos subterrâneos terrores da Terra Natal,
na tal santificada guerra em que os generais
zurram como as bestas, discursando bostas
no horário nobre dos telejornais.
Será que ainda poderemos passear
pelas praças, pelas praias,
pelas vielas, na beira do cais?
Comporemos, ainda, poesias em noites
de bebedeiras, odes à Lua e a Baco,
amigos, abraços, antigas cantigas
de amor e de mar?
Faremos teatro?
Restará algo bom que valha
a pena representar?
Pois, se não houver,
que caia a última estrela,
pequena, triste e fria,
sem vida e sem alegria,
sem ter por quê brilhar.

Marcos Alderico
02/06/2006 - 10:15

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015


Então, o fim começou
Chegou bem na hora marcada
Não foi nada apoteótico,
Nem propriamente um show
Vestida de palavra adeus
Escondia a fantasia de saudade
Tentei ver nela alguma qualidade
E me encontrei com os defeitos meus
Enfim, vi a porta se fechar
E o mundo pareceu abrir-se para mim
A chave descansava sobre a mesa
Ah! Que bom é ter a certeza
Que existe um lindo caminho
Depois do temido fim...

Marcos Alderico
Campo Grande - 24/06/2014  17:53