quarta-feira, 10 de abril de 2013

O louco e o tamborim



“Tira a corda do pescoço, moço,
Que a dúvida é amiga do fim.”
- Encontrei um louco no asfalto
E, tocando um tamborim, ele disse-me assim:
“Que não se guardem para ti os temores,
Nem que o tempo se esvaia.
Que não turvem o teu olhar os horrores
Só porque a plateia te vaia.
Ainda que a vela se apague,
Ainda que o devedor não te pague,
Pega o que é teu de direito,
O sol, a brisa, o luar,
Põe tudo em uma algibeira
E sai para dar uma volta,
Que o resto a vida te dá.
Refresca a tua cabeça,
Não importa o que aconteça,
Canta uma canção bonita,
Que o mal há de passar.”
- Nunca mais vi aquele louco,
Que, por muito pouco, evitou o meu fim,
Vai ver que anda pelo mundo, cantando,
Aquela canção que ficou dentro de mim


Marcos Alderico
13/03/2013
8:16

Um comentário:

  1. Como se pode dizer de saudade, se maior que a própria saudade é essa palavra devoradora de corações?

    Tão linda tua poesia, tão bom tê-lo de volta!!!!

    Um grande abraço, Poeta!

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