Não negaria um segundo de emoções já vividas por uma vida de razão. Quando não puder mais amar insensatamente a loucura da poesia como ela me ama, deixarei para trás este mundo sem conserto e algumas poesias partidas.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Pausa para amar
Não quero ser mais uma poesia a falar da dor
Não quero falar da fome,
Não quero falar de adeus
Ou qualquer coisa igual.
Apenas quero falar do amor,
Algo tão normal...
Não quero falar de guerra,
Mas vejo homens tombando sobre a terra,
Irrigando-a com sal,
Mas quero apenas falar do amor,
Algo tão normal...
Vejo a Terra se abrindo,
Caças supersônicos singrando lá em cima...
Retrocedendo em minha memória
Vejo crianças queimadas em Hiroshima.
Super-homens sorrindo,
Gargalhada banal,
Mas quero apenas falar do amor,
Algo tão normal...
Falar da vida,
Pássaros em revoada,
Índios sem caraíbas
Agradecendo a seus Tupãs
Por mais uma alvorada
Todas as manhãs,
Mas vejo a devastação das matas,
Caçadores roubando a vida do Pantanal
E quero apenas falar do amor,
Algo tão normal...
Enfim, sou uma poesia tola
Tentando, entre tanta coisa original,
Falar apenas do amor,
Algo tão normal...
Marcos Alderico
21/02/1995
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Essa realmente me deixou arrepiada!
ResponderExcluirTão revoltante que me é ver a hipocrisia e falsidade dos homens, dessa gana estranha de ser obceno em tudo, essa falta de algo porque sorrir...
Vejo que não sou a única!